LIÇÕES
«Política de um
Estado que soube usar a sua soberania democrática tem lições a dar aos
países em crise: transferir alguns dos custos do ajustamento para os credores,
instituir controlos de capitais, manter a protecção social e recorrer a uma política cambial assente na desvalorização da moeda fazem parte do
menu. Por contraste com a destrutiva desvalorização interna em curso nos países
sem soberania, através da quebra dos salários nominais e do desemprego de
massas permanente, esta opção islandesa revelou-se mais rápida e eficaz a estimular
exportações e a desincentivar importações, com efeitos favoráveis na procura,
teve custos para os trabalhadores, em termos de quebra dos salários reais,
incomparavelmente menores e reversíveis, evitou a destruição de emprego em curso no euro-sul e
não exigiu alterações regressivas nas regras laborais e sociais com efeitos
negativos permanentes na correlação das forças sociais, um elemento decisivo da
economia política da nossa desvalorização interna.» [João
Rodrigues, 14:VIII:2012, Ladrões de Bicicletas,
blog]
Chefe da missão do
FMI na Islândia diz que o país é um exemplo para as nações em dificuldades.
Forte recuperação da economia islandesa tem lições a dar aos países resgatados.
De acordo com o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) [CLICAR
AQUI]
na Islândia, o país tem lições
importantes a dar aos países que estão a ser submetidos a programas de resgate
financeiro, uma vez que, no seu caso, o programa de ajuda resultou numa recuperação “surpreendentemente” forte e
consistente.
O comprometimento
da Islândia com o seu programa, a decisão de imputar as perdas aos obrigacionistas e não
aos contribuintes, de manter blindado o sistema social e de protecção aos desempregados, ajudou a
impulsionar a nação do colapso para a recuperação, segundo o FMI.
“A
Islândia atingiu grandes metas desde a crise”, afirmou em entrevista Daria Zahkarova, chefe da missão do FMI para a Islândia, citada pela Bloomberg. “Temos uma perspectiva muito positiva de
crescimento, especialmente para este ano e para o próximo”.
A Islândia recusou-se a proteger os credores dos bancos,
quando estes passaram por uma grave crise em 2008, e as suas dívidas dispararam
para um valor que corresponde a dez vezes o tamanho da economia.
A subsequente
decisão de evitar
a saída de capital, restringindo a moeda, permitiu ao governo da
Islândia evitar os ataques especulativos e “estancar a hemorragia” que pesava
sobre a economia do país. Por seu turno, isso ajudou as autoridades a focarem-se no
apoio às famílias e às empresas.
“O facto de a
Islândia ter conseguido manter um sistema de bem-estar social face a
uma consolidação fiscal muito significativa é um dos maiores feitos do governo
da Islândia”, referiu Zakharova.
13 Agosto 2012.
‘Negócios_on line’