«urdimos dentro de nós
palavras mentirosas…»
1Não, a mão do Senhor não é curta para salvar,
nem o seu ouvido demasiado surdo para ouvir.
entre vós e o vosso Deus.
Foram os vossos pecados
que o levaram a esconder a sua face,
para não vos ouvir.
e os vossos dedos, de iniquidade;
os vossos lábios dizem mentiras,
e a vossa língua profere calúnias.
quem julgue no tribunal conforme a verdade.
As suas provas apoiam-se na confusão
e os seus argumentos na falsidade.
Concebem o crime e dão à luz a maldade.
e tecem teias de aranha.
O que comer desses ovos, morre;
se os descascam, saem víboras.
ninguém se pode cobrir com o que eles tecem.
Fazem obras infamantes,
as suas mãos produzem a violência.
apressam-se a derramar o sangue inocente.
Os seus projectos são projectos criminosos;
à sua passagem deixam estrago e ruína.
Por onde andam, não existe o direito,
abriram para si mesmos caminhos tortuosos;
quem os segue, não conhece a paz.
9Por causa disto, anda afastado de nós o direito,
e não se aproxima de nós a justiça;
esperávamos a luz e vemos apenas trevas,
a claridade do dia, e andamos às escuras.
andamos às apalpadelas como os que não vêem;
em pleno dia tropeçando, como no crepúsculo,
estamos cheios de saúde e somos como mortos.
e gememos como pombas.
Esperamos a justiça, mas não aparece;
a salvação, e ela está longe de nós.
Os nossos pecados são os nossos acusadores;
de facto, os nossos crimes acompanham-nos,
e reconhecemos as nossas culpas.
voltámos as costa ao nosso Deus.
Não temos falado senão de opressão e de revolta,
urdimos dentro de nós palavras mentirosas.
e se afasta de nós a justiça,
porque a lealdade tropeça na praça pública
e a rectidão não encontra acesso.
e quem se afasta do mal é espoliado.
O Senhor vê com indignação
que já não há justiça.
admira-se de que ninguém intervenha.
Então interveio com o seu poder,
e a sua justiça o susteve.
e da vitória como de um capacete.
A vingança é a sua veste de guerreiro
e a indignação, o manto que leva para o combate.
a fúria é para os seus inimigos,
e a represália é para os seus adversários;
também as ilhas terão represália.
e os do Oriente respeitarão a sua glória.
A sua vinda será como rio impetuoso,
impelido pelo sopro do Senhor.
para os que renegam o crime, em Jacob.
- Oráculo do Senhor
Profeta Isaías, filho de Amós [3º Isaías,59:1-20]
(Judeia, sec. VIII ac, pós-exílio da Babilónia)