«To a skylark»
Shelley
1.«Deveríamos considerar aqui a semelhança, no plano da linguagem, das mensagens do Presidente Bush endereçadas ao povo americano depois do 11 de Setembro e depois do colapso financeiro de 2008: dir-se-ia estarmos como que diante de duas versões do mesmo discurso. (…)
Marx começou o seu O 18 de Brumário de Luís Bonaparte corrigindo a ideia de Hegel segundo a qual a História se repete necessariamente: «Hegel observa algures que todos os acontecimentos e personagens da História mundial sobrevêm, por assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, e a segunda como farsa». [in Surveys From Exile, Harmondsworth, Penguim 1973, p. 146][1] »
2.«Es sempre noche para el que a medias vive»[2] [É sempre noite para aquele que se satisfaz com a mediania]
3.«Entre o homem e a realidade que o cerca, ainda que da mesma matéria que a sua vida, interpõem-se sempre imagens […] A princípio, sagradas, depois simplesmente convertidas em representações.»[3]
5.«Será revolucionaria aquella política que no sea dogmática de la razón, ni tampoco de la supra-razón; y creerá más en la vida, más en la virtude de los tiempos que en la aplicación apriorística de unas cuantas fórmulas, expresadas com exigências de perennidad; la que se considere renovable por el caudal inmenso de la realidad, nunca exhausta.»
«El conservador es el mineralizador de la historia.»
«La pura razón es la pura monotonia.» [5]
6.Regresso aqui como quem remexe nos bolsos – a surpresa dum botão é um estado sobre que me inclino. Sem dúvida que nunca faltarão pobres sobre a terra… [Dt 15:11]
Todas as explicações não valem mais que um pássaro. É inútil querer ter razão, quando nada supera a invisibilidade estridente da cotovia de Shelley…
«Deixo o bom Deus governar todas as coisas,
Ele por quem subsistem os ribeiros,
as cotovias, as florestas, os campos,
a terra e o céu.»[6]
Deixo o silêncio ao seu reino.
[3 momentos-pessoa a anteceder um outro MUITO NECESSÁRIO a vinte e três de Janeiro… para as ‘presidenciais’]
[2] Maria Zambrano, «Dictados y Sentencias», Edição Antoni Marí, Edhasa, p.86, fr. 513, http://www.edhasa.es
[3] Ibidem, fr.14, p. 22.
[4] Ibidem, fr. 1, p. 21
[5] Ibidem, frs. 615, 616, 617, pp. 98-99.
[6] Joseph von Eichendorff, «Aventures d’un propre à rien», in ‘O AR E OS SONHOS’ de Gaston Bachelard, Martins Fontes, p. 83.