campanha política depressão riso
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(um a cada refeição,
se possível antes & depois…)
A ‘depressão’ abateu-se como uma espada – Janeiro destinou-se a preparar a recepção psicológica ao ‘recibo’... Quantas vezes, este mês, já imprimiste, na Caixa Multibanco, o talão para saber do Saldo que aí vem? Curiosamente, no ‘meu’ hospital, a depressão abateu-se mais sobre os mais ricos, os que se deslocam em bons jipes, vivem entre martas e visons, desconhecem a palavra ‘avariado’. O mesmo não consigo verificar no rosto dos operários mais mal pagos e que, ainda por cima, vivem pior e mais longe do hospital. Os primeiros deixaram de tomar café nas caixas automáticas; os segundo continuam a encontrar-se aí, fumam, tomam dois e três cafés, comentam alto - o futebol e o crime de Nova York, dizendo: ‘mas ele até podia ter chamado os bombeiros com aquilo na mão e não pediu; ah, de facto não dava lá muito jeito…’, e soltam gargalhadas.
Porque será isso?
Avanço uma explicação inspirado pela pluma-pensante de Slavoj Zizek. [in, ‘Da Tragédia à Farsa’, 2010, Relógio d’Água]
«Num artigo publicado na Newsweek, Emily Flynn Vencat e Gianne Bronwell descreveram como, hoje em dia, ‘o fenómeno «reservado aos membros» explode dando lugar a todo um modo de vida, englobando um conjunto que vai das condições bancárias personalizadas às clínicas de manutenção só para convidados… as pessoas com dinheiro optam cada vez mais por uma vida à porta fechada. Em vez de participarem em eventos fortemente mediatizados, organizam a título privado concertos passagens de modelo, exposições de arte que têm lugar em casa. Vão às compras fora dos horários de funcionamento normal das lojas e escolhem os seus vizinhos (e amigos potenciais) segundo critérios de condição social e nível económico. ‘ [Newsweek, 10:12:2007]
Emerge assim uma nova classe global cujos membros possuem, ‘por exemplo, um passaporte indiano, um castelo na Escócia, um pied-à-terre em Manhattan e uma ilha privada nas Caraíbas’.
O paradoxo é que os membros desta classe global «jantam em privado, vão às compras em privado, admiram obras de arte em privado, fazendo tudo em privado, privado, privado’.’Estão deste modo a criar um mundo-de-vida próprio e à parte tentando resolver o problema hermenêutico que os angustia: como diz Todd Millay, ‘as famílias muito ricas simplesmente não podem convidar outras pessoas e esperar que estas compreendam o que é ter-se 300 milhões de dólares’.
Que contactos mantêm, então, com o resto do mundo em geral? Esses contactos assumem duas formas: os negócios e o humanitário (proteger o meio ambiente, combater a doença, apoiar as artes, etc.). Os novos «cidadãos globais» passam a maior parte do tempo no meio duma natureza sem mácula – a fazer trekking na Patagónia ou a nadar nas águas límpidas das suas ilhas privadas. Não podemos deixar de nos dar conta de que um traço fundamental da atitude destes super-ricos entrincheirados nas suas fortalezas é o medo: medo da vida social no exterior enquanto tal. As prioridades mais urgentes do «grupo dos excepcionalmente ricos» são, portanto, minimizar as ameaças à sua segurança: doença, exposição a actos de violência criminosa, etc.» [fim da citação de Slavoj Zizek]
Ω
Sendo assim, como lhes é possível saírem juntos para o meio do povo, beber um copo e apanharem uma «barrigada de riso»?
O riso é o único remédio para a depressão e o tédio.
E porquê?
Porque ninguém consegue rir a bandeiras despregadas… sozinho – impõe-nos a partilha! O riso é como as cerejas – contagia. Às vezes, apetece não parar. Aumenta a esperança de vida, alarga a caixa torácica, relativiza as dívidas, faz amigos novos, cura as hemorróidas, irriga as faces, aumenta a dopamina, inventa fraternidades onde elas nunca se viram e nem imposto paga, isto para além de permitir que os filhos digam aos pais coisas a que de outra forma nunca se atreveriam… O riso é gratuito (quando não o é, é frete que se faz ao ‘chefe’ e está muito próximo da vénia envernizada da freira frustrada da sacristia…).
O riso pode ser a única forma perene de fazer crítica política que a tudo resista: resiste ao discurso ideológico do adversário enquanto o corrói ou o bandarilha, e, ao mesmo tempo, fortalece o arrazoado de quem apoiamos pelo simples factos de lhe destapar as fraquezas com souplesse.
O candidato ‘coelho’ terá sido, de entre os candidatos, o único que cuidou da saúde dos portugueses: do coração dos portugueses! O Alberto Jardim, pálido do seu diagnóstico, logo se ressentiu e ficou de molho…
Depois do ‘boto’ [voto], riamo-nos ENTÃO a valer. E bebamos um (um, não…) bebamos dois ou três copos! Que…
Este país é um circo…Vale uma barrigada de riso como esta que vem a seguir [para curar as varizes da alma portuguesa].
pb\
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Vasco Jorge Pulido Jesus Valente
Jorge Jesus Cinco Mandamentos
Gato Fedorento - Minicaixotinho
Contemporâneos - O Último Imigrante Em Portugal
Os Contemporâneos - O puto que não tem Hi5, Facebook, Twitter, MySpace...
post by Luís Bateira