Senhas de identidade
Jo 13:35
“Por isto é que todos
conhecerão que sois meus discípulos:
se vos amardes uns aos outros”
O mandamento do amor é tão novo que ainda
está por estrear. A pergunta que tenho de fazer a mim
mesmo é esta:
- Amo verdadeiramente os
outros?
- Será o amor o específico da
minha condição cristã?
“Nisto verão que sois meus discípulos: se
vos amardes uns aos outros”. A frase fica mais próxima da realidade
se a formularmos ao contrário: o sinal pelo qual reconhecerão que não sois meus discípulos será quando não vos amardes uns aos outros. As nossas comunidades estão muito mais próximas do desamor que do verdadeiro amor.
A nova comunidade não se caracterizará por doutrinas nem por ritos nem por
normas morais. O único elemento distintivo deve ser o amor manifestado na vida,
em todos e em cada um dos aspectos da existência, no serviço concreto a todo aquele que necessita de mim.
Mas essa maneira de actuar tem que surgir do
fundo do ser e não duma obrigação externa. A base e o fundamento da
nova comunidade será a vivência,
e não a programação.
Isso não é apenas muito importante: trata-se de algo essencial. Sem amor
não há cristão. Nietzsche chegou a
dizer: «Só houve um cristão; esse morreu numa
cruz», precisamente porque ninguém foi capaz de amar como Ele amou.
Andámos a insistir no acessório: no cumprimento de normas, na crença em verdades e na celebração de ritos,
mais do que no essencial, que é o amor.
Porque é que fracassámos estrondosamente naquilo que é
a essência do evangelho?
O erro principal
que ainda continuamos a cometer é […].
Frei Marcos, op