O ''discurso-diálogo'' do Papa
aos estudantes de escolas jesuítas
Papa Francisco |
Às 11h45min do dia
7 de junho, na Sala Paulo VI, o Santo Padre Francisco recebeu em audiência os
estudantes das escolas geridas pelos jesuítas na Itália e na Albânia, com os
seus professores e seus pais. Também estavam presentes no encontro inúmeros
ex-alunos, representantes dos movimentos juvenis inacianos e de paróquias
ligadas aos jesuítas. Depois dos discursos de alguns educadores e alunos, o
papa tomou a palavra e, no início da sua intervenção, ele disse que dava por
lido o discurso por ele preparado e que o entregaria para a publicação; de sua
parte, faria espontaneamente uma breve síntese dele e, depois, ouviria as
perguntas dos jovens e dos educadores, de modo a tecer um diálogo com eles.
Publicamos a seguir
o discurso
preparado pelo Santo Padre, a síntese por ele feito de improviso
durante o encontro e o diálogo,
que se seguiu, mantendo a linguagem informal do momento. [O texto foi publicado
no blog Cyberteologia, 08-06-2013.]
EIS O DISCURSO:
Ω
DIÁLOGO-IMPROVISO:
(…)
Santo Padre: Acima de tudo, gostaria de dizer uma
coisa a todos vocês, jovens: não deixem que
roubem a esperança de vocês! Por favor, não deixem que a roubem! E quem te rouba
a esperança? O espírito do mundo, as riquezas, o espírito da vaidade, a
soberba, o orgulho. Todas essas coisas te roubam a esperança. Onde
eu encontro a esperança? Em Jesus pobre, Jesus que se fez pobre por nós.
E tu falaste em
pobreza. A pobreza nos chama a semear esperança, para que eu também tenha mais
esperança. Isso parece um pouco difícil de entender, mas eu lembro que o padre Arrupe,
uma vez, escreveu uma carta boa aos Centros de pesquisas sociais, aos Centros
sociais da Companhia. Ele falava de
como se deve estudar o problema social. Mas, no fim, ele nos dizia, dizia a
todos nós:
"- Vejam, não
se pode falar de pobreza sem ter a experiência com os pobres". Tu falaste
do convénio com o Quénia: a experiência com os pobres. Não se pode falar de
pobreza, de pobreza abstracta, ela não existe! A pobreza é a carne de Jesus pobre, naquela
criança que tem fome, naquela que está doente, naquelas
estruturas sociais que são injustas. Ir, olhar lá a carne de Jesus.
Mas não deixe que roubem a sua esperança pelo bem-estar, pelo espírito do
bem-estar que, no fim, te leva a se tornar um nada na vida! Os jovens devem
apostar nos altos ideais: esse é o conselho. Mas a esperança, onde a encontro? Na carne de Jesus sofredor e na verdadeira pobreza. Há uma ligação entre as duas. Obrigado.
- Agora dou a todos, a todos vocês, às suas
famílias, a todos, a Bênção do Senhor.»
PAPA FRANCISCO
SALA PAULO VI,
VATICANO, ROMA
7:JUNHO:2013
[pp. 8]