teologia para leigos

20 de março de 2011

KURZARBEIT - O MODELO ALEMÃO DE CONCERTAÇÃO

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do Porto:
a Ponta Delgada, «Geração à Rasca»:

Mudar de vida económica

A irracionalidade de um sistema económico sem mecanismos sociais e políticos de coordenação robustos está à vista na indicação de Manuel Esteves no excelente blogue do Negócios: em Portugal, "são cada vez mais os que trabalham de mais e os que trabalham de menos". Apesar dos retrocessos neoliberais, a variedade renana de capitalismo ainda oferece pistas a explorar: a Alemanha tem um esquema de protecção do emprego em épocas de recessão que assenta na redução pactuada e subsidiada publicamente do horário de trabalho, o que obviamente é facilitado pela tradição de negociação colectiva e pelos seus sindicatos ainda com alguma força; este modelo de partilha, o chamado Kurzarbeit, tem sido parcialmente responsável pela menor destruição de emprego neste país. Já em Portugal, os patrões querem que os funcionários trabalhem mais horas com o mesmo salário, ou até com um salário menor, num dos países onde mais se trabalha na Europa. Em altura de desemprego de massas, esta é uma prescrição vitoriosa para o desastre, só possível porque cheira a medo na economia. A redução do horário de trabalho não resolve por si o problema do desemprego e não substitui a necessidade de uma política económica de estímulo que tem de ter escala europeia. Num país com salários tão baixos em tantos sectores os obstáculos são enormes. No entanto, a redução do horário de trabalho tem de ser parte do esforço para instituir uma economia mais decente. Por exemplo, na New Economics Foundation há quem não desista de pensar num outro futuro: 21 horas... 


João Rodrigues