Coligação de Merkel recusa compra de dívida pelo fundo europeu
in Jornal «PÚBLICO», 22.02.2011 - 16:20 Por Ana Rita Faria
Os partidos políticos que formam Governo com Angela Merkel estão a fechar o caminho a uma flexibilização do fundo de resgate do euro.
De acordo com a agência Bloomberg, a coligação da chanceler alemã rejeita a ideia de comprar de títulos de dívida soberana pelo futuro mecanismo de apoio europeu, a partir de 2013, inibindo a possibilidade de a Alemanha aprovar esta medida nas cimeiras que vão decorrer em Março.
A agência noticiosa revela que os partidos da coligação que suporta o Governo alemão, liderado por Angela Merkel, aprovaram uma resolução que estipula que o Parlamento deve “rejeitar financiar ou garantir programas de compra de obrigações”, devido a questões de ordem constitucional, legal e económica. A versão final desta resolução deve ser hoje votada em Berlim.
Com esta resolução, os partidos da coligação de Merkel tentam bloquear ao máximo a possibilidade de a chanceler alemã ceder às pretensões dos países periféricos nas cimeiras da zona euro e da União Europeia, que vão decorrer no próximo mês e de onde irão sair as soluções para resolver a crise da dívida na zona euro. Uma dos pontos em que se espera que os líderes europeus cheguem a acordo é a flexibilização do mecanismo de ajuda europeu, que, a partir de 2013, substituirá o actual Fundo Europeu de Estabilização Financeira, ao qual recorreram a Grécia e a Irlanda.
Mas a coligação de Merkel não é a única a dar sinais de oposição dentro da Alemanha à compra de dívida pública dos países periféricos do euro.
Hoje, Axel Weber, presidente do banco central alemão, o Bundesbank, escrevia hoje no Financial Times que o mecanismo europeu não deveria comprar títulos de dívida.
Weber, que era até há pouco tempo considerado o candidato preferencial à presidência do Banco Central Europeu (BCE), considera que a compra de obrigações pelo mecanismo europeu seria ineficiente para reduzir o peso da dívida, pois exigiria um grande volume de compras para conseguir um resultado eficaz.Wall Street diz que resgate a Portugal não passa de Abril
A notícia de que a Alemanha poderá vir a recusar a compra de dívida pelo mecanismo de ajuda europeu surge na pior altura possível para Portugal. Os juros da dívida portuguesa continuam acima de sete por cento no mercado secundário e há cada vez mais rumores de que o país venha a pedir ajuda até Abril.
Depois de agência Reuters ter avançado, na semana passada, que Bruxelas espera um pedido de ajuda por parte de Portugal até Abril, hoje foi a vez do Wall Street Journal avançar com a mesma ideia.
Citando uma fonte europeia, o jornal diz que o sentimento dominante em Bruxelas é o de que Portugal terá de seguir em breve os passos da Grécia e da Irlanda, recorrendo à ajuda externa.
“O feeling é que [o resgate] não vai passar de Março ou de Abril no máximo e que Portugal já está sob pressão de países como a Alemanha para pedir ajuda”, escreve o Wall Street Journal. O jornal adianta mesmo que algumas autoridades portuguesas estão já a considerar esta hipótese.
Com taxas de juro cada vez mais elevadas nos mercados, o receio é de que Portugal não consiga financiar-se para pagar as elevadas amortizações de dívida que se seguem.
Até ao momento, o Estado já foi buscar 4,75 mil milhões de euros através de leilões de obrigações, mas enfrenta, já no próximo mês, a amortização de 3,848 mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro. A isso juntam-se, em Abril e Junho, os reembolsos de duas linhas de obrigações, uma de 4,3 mil milhões e outra de 4,9 mil milhões.
A agência noticiosa revela que os partidos da coligação que suporta o Governo alemão, liderado por Angela Merkel, aprovaram uma resolução que estipula que o Parlamento deve “rejeitar financiar ou garantir programas de compra de obrigações”, devido a questões de ordem constitucional, legal e económica. A versão final desta resolução deve ser hoje votada em Berlim.
Com esta resolução, os partidos da coligação de Merkel tentam bloquear ao máximo a possibilidade de a chanceler alemã ceder às pretensões dos países periféricos nas cimeiras da zona euro e da União Europeia, que vão decorrer no próximo mês e de onde irão sair as soluções para resolver a crise da dívida na zona euro. Uma dos pontos em que se espera que os líderes europeus cheguem a acordo é a flexibilização do mecanismo de ajuda europeu, que, a partir de 2013, substituirá o actual Fundo Europeu de Estabilização Financeira, ao qual recorreram a Grécia e a Irlanda.
Mas a coligação de Merkel não é a única a dar sinais de oposição dentro da Alemanha à compra de dívida pública dos países periféricos do euro.
Hoje, Axel Weber, presidente do banco central alemão, o Bundesbank, escrevia hoje no Financial Times que o mecanismo europeu não deveria comprar títulos de dívida.
Weber, que era até há pouco tempo considerado o candidato preferencial à presidência do Banco Central Europeu (BCE), considera que a compra de obrigações pelo mecanismo europeu seria ineficiente para reduzir o peso da dívida, pois exigiria um grande volume de compras para conseguir um resultado eficaz.Wall Street diz que resgate a Portugal não passa de Abril
A notícia de que a Alemanha poderá vir a recusar a compra de dívida pelo mecanismo de ajuda europeu surge na pior altura possível para Portugal. Os juros da dívida portuguesa continuam acima de sete por cento no mercado secundário e há cada vez mais rumores de que o país venha a pedir ajuda até Abril.
Depois de agência Reuters ter avançado, na semana passada, que Bruxelas espera um pedido de ajuda por parte de Portugal até Abril, hoje foi a vez do Wall Street Journal avançar com a mesma ideia.
Citando uma fonte europeia, o jornal diz que o sentimento dominante em Bruxelas é o de que Portugal terá de seguir em breve os passos da Grécia e da Irlanda, recorrendo à ajuda externa.
“O feeling é que [o resgate] não vai passar de Março ou de Abril no máximo e que Portugal já está sob pressão de países como a Alemanha para pedir ajuda”, escreve o Wall Street Journal. O jornal adianta mesmo que algumas autoridades portuguesas estão já a considerar esta hipótese.
Com taxas de juro cada vez mais elevadas nos mercados, o receio é de que Portugal não consiga financiar-se para pagar as elevadas amortizações de dívida que se seguem.
Até ao momento, o Estado já foi buscar 4,75 mil milhões de euros através de leilões de obrigações, mas enfrenta, já no próximo mês, a amortização de 3,848 mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro. A isso juntam-se, em Abril e Junho, os reembolsos de duas linhas de obrigações, uma de 4,3 mil milhões e outra de 4,9 mil milhões.