teologia para leigos

2 de outubro de 2016

DEVOLVER JESUS AO POVO 3/5





VI. O MOVIMENTO DE JESUS


1 – A caracterização do movimento

Faz parte da nossa cultura cristã interpretar a prática e o projecto de Jesus como acções viradas essencialmente para a fundação da Igreja. Refiro-me à prática e ao projecto, mas, na leitura que as igrejas fazem, fala-se frequentemente de "ministério" de Jesus, "pregação" de Jesus, como se Jesus fosse à partida o "sacerdote" da Igreja Católica ou o "pastor" das Igrejas protestantes.

Hoje em dia, não existe nenhuma exegese séria que dê suporte a tal ponto de vista. No horizonte histórico-cultural do povo hebreu em que Jesus desenvolveu toda a sua actividade, o tema «Igreja», tal como é concebida na cultura católica, na protestante, na ortodoxa ou na arménia, era absolutamente impensável. Tal enfoque nasce no mundo helenista, após a morte de Jesus.

A imensa maioria dos inúmeros estudos que se realizaram sobre Jesus, a sua actividade, a sua mensagem, provêm de teólogos que têm por trás deles uma instituição, uma igreja. A epistemologia deles está enquadrada pelo contexto dessa instituição. Isso faz com que os pressupostos prévios estreitem as possibilidades que as fontes que consultam lhes abrem.

A abertura dos estudos teológicos às ferramentas hermenêuticas e críticas provenientes de distintas disciplinas sociais é recente e choca necessariamente com dogmas estabelecidos há muitos séculos. Como poderá, por exemplo, um teólogo católico que dirige uma cátedra de teologia numa universidade católica aceitar que Jesus não tenha fundado nenhuma igreja? Poderá, ele, admitir que a célebre afirmação que Mateus coloca nos lábios de Jesus, sobre o poder de atar e desatar, não corresponde ao Jesus histórico?

Quanto a isso, os teólogos provenientes da tradição protestante gozam de maior liberdade, mas até esses possuem os mesmos constrangimentos provenientes, quer das igrejas a que pertencem, quer do quadro epistemológico da própria teologia que, em geral, não inclui ou não parte de uma análise histórica, económica, política e social prévia.[1]

Isso não quer dizer que possamos fazer exegese e hermenêutica desprovidas de qualquer resquício de preconceito. Impossível: todos o temos. Quanto a isso, o pior que nos pode acontecer é pensar que estamos livres deles e, dessa maneira, sermos capazes de um conhecimento objectivo, porque, então, não só não nos libertamos de todo o preconceito como perdemos a oportunidade de manter sobre eles a necessária vigilância epistemológica.

Do meu ponto de vista, é esta a falha fundamental dos trabalhos de Gonzalo Puente Ojea, no que diz respeito a esta questão. Ojea pretende realizar a hermenêutica com «uma postura de plena independência intelectual» (FIP, p. XVII), e reflectir «sem preconceitos» (idem, p. 26), mas, ao mesmo tempo, vê em todos os outros autores neotestamentário má-fé, intenções enganosas, adulterações e todo o tipo de maldades.

Depois dos brilhantes e profundos estudos weberianos sobre as estreitas relações entre o religioso e a sua expressão conceptual, entre o teológico e o económico-social, não é possível fazer teologia sem ter em conta o contexto sociopolítico. O teológico tem que ver com o simbólico, com o significado. A teologia não descobre factos novos, mas significados novos.

Lendo os evangelhos sinópticos, e em particular o de Marcos, nunca tropeçamos numa igreja. Apenas nos encontramos com Jesus que anda sempre a caminho, que passa a vida daqui para acolá, que faz curas numa casa, numa sinagoga ou no campo, que fala ao povo no campo ou na margem dum lago. Atravessa o lago em todas as direcções e até arrisca ir à Sirofenícia.[2]

No entanto, para lá desta actividade contínua e incansável, Jesus organiza algo e não reduz a sua acção apenas a comover consciências sem cuidar o mínimo do futuro desse impacto espiritual. A resposta de Jesus está na construção dum «movimento». Jesus não funda uma Igreja, mas um movimento. Devemos, então e antes de mais nada, perceber em que consiste um movimento.

O primeiro problema que nos surge é que, por princípio ou em essência, não podemos definir um movimento. E não se consegue, porque definir alguma coisa é delimitá-lo, e um movimento que o seja a sério arrasa com todo o tipo de limites, ultrapassa todo o tipo de institucionalização. É semelhante a um rio que salta fora das margens, que rompe todos os diques e taludes.

A lógica do movimento é heraclítica.[3] É como um rio no qual é impossível banhar-se duas vezes na mesma água, porque flui constantemente. O movimento é como a seiva de uma árvore, como um «impulso vital» ao qual se refere Henri Bergson. A seiva é incompatível com estruturas. A árvore bem tenta aprisioná-la através do tronco, dos ramos e das folhas. Inutilmente, pois a seiva segue sempre o seu caminho: quer sempre mais e, por isso, a árvore vê-se na obrigação de fazer brotar novos ramos, novas folhas.

O movimento é o impulso vital dum povo. Neste sentido, pode-se-lhe aplicar a categoria de «carismático», formulada por Max Weber. Para Rafael Aguirre o movimento é «um grupo carismático que surge ao lado das instituições estabelecidas, frequentemente em contraposição a elas, que defende comportamentos não habituais, sobretudo no campo económico, e que se encontra polarizado por objectivos imediatos» (Mjic, p. 34). Isto não é uma tentativa de definição de "movimento" – porque, como ele o dizia, é coisa impossível – mas uma tentativa de aproximação. É incorrecto querer colocar um «grupo» como o sujeito-cabeça do movimento, porque isso faz com que se valorize a parcialidade. O impulso vital e a força que configura o núcleo do movimento são constituídos pela conjunção de diversos sectores sociais cujos contornos são indefinidos.

Não é por acaso que, nas sociedades não capitalistas nas quais propriamente não existem classes sociais, as respostas sociais que surgem sejam de tipo ꞋmovimentistaꞋ. O mesmo acontece, hoje e dia, nos países terceiro-mundistas. Os movimentos da época moderna surgem nestes países do terceiro-mundo e não naqueles em que o capitalismo atingiu um certo grau de desenvolvimento.

Os movimentos são constituídos por vastos sectores sociais populares, aquilo que na nossa prática política sempre denominamos por "campo popular". Falamos mais de «sectores populares» que de classes sociais, porque, nas sociedades nas quais se desenvolvem os movimentos populares, os grupos sociais não existem com os contornos específicos que são próprios das classes sociais.

Assim, na nossa sociedade, é muito difícil atribuir essa categoria de «movimento» a uma classe social propriamente dita (p. ex., aos que trabalham por conta própria, aos tendeiros, aos que fazem trabalho temporário, aos desempregados, etc.), que sempre constituiu uma percentagem significativa da população, e que a partir da imposição do neoliberalismo conservador passou a ser a imensa maioria. Não se pretende negar a existência de classes sociais, mas deixar claro que elas se encontram socialmente mal desenhadas e com contornos confusos.

Os sectores que estão incluídos num movimento vão desde a classe operária até aos desempregados, aos bairros de lata, passando por mesclados e por vastos sectores intermédios até aos pequenos e médios empresários. Se existe algo ambíguo e sumamente complexo é aquilo que se designa por «classe média».

O «movimento» surge à margem das instituições estabelecidas. Mais: é alérgico a todo o tipo de institucionalização, porque isso implicaria a imposição de limites e freios ao impulso vital, ou seja, à essência do movimento. Contudo, o movimento deve institucionalizar-se, caso não queira diluir-se e desaparecer como uma nuvem de vapor ou ser manipulado a bel-prazer por alguém.

Assim se produz uma contradição intrínseca no movimento: recusa todo o tipo de institucionalização ao mesmo tempo que a exige sob pena de desaparecer. Se se procura institucionalizar o movimento, ele desaparecerá, congelando-se. A solução será: a instituição e as instituições em que o movimento se exprime não o devem abarcar totalmente, mas servi-lo dentro de objectivos determinados. As instituições são instrumentos que se oferecem ao movimento a fim de que ele realize as missões que lhe são exigidas.

Não serve qualquer tipo de instituição, mas apenas aquela ou aquelas que respondam aos objectivos que deram origem ao movimento. Em primeiro lugar, muitos movimentos acabam por morrer traídos pelas instituições ou pela instituição que o deveria encarnar. É o caso do Partido Justicialista, sobretudo a partir da década de 90, mas também antes, quando o seu surgimento significou a morte do movimento peronista, e o do Partido Radical aquando da época alvearista, na década de 30 (Marcelo Torcuato de Alvear, 1868-1942), o que significou a morte do movimento yrigoyenista (Hipólito Yrigoyen, 1852-1933).

Em segundo lugar, para construir um movimento, os diversos sectores sociais unem-se à volta de grandes eixos que exprimam os seus problemas fundamentais e os problemas de toda a nação. Assim, quando se formou o peronismo da década de 40, alguns desses eixos foi a criação de organizações laborais (grémios/sindicatos), de obras sociais, a questão da industrialização, a nacionalização de sectores fundamentais para a economia, o voto das mulheres, etc.

Em terceiro lugar, os movimentos surgem a partir de baixo segundo um processo de gestação lenta, à volta das necessidades comuns dos sectores populares, que se exprimem nos grandes eixos que acabo de citar. O peronismo surge, à luz do dia, a 17 de Outubro de 1945. De um certo ponto de vista, pode dizer-se que não foi preparado por ninguém. O «17 de Outubro» foi uma reacção espontânea de sectores populares diante da agressão das classes dominantes. Segundo um outro ângulo de visão, deve dizer-se que teve um longo processo de preparação. Desde a crise do movimento yrigoyenista, que foi ultrapassado, que se vinha gerando o peronismo nas entranhas do povo.

É assim que acontece com todas as revoluções: com o surgimento de movimentos sociais e políticos que se constituem em protagonistas de grandes mudanças. Isto está conforme com o que dizia Hegel, «o espírito que se vai constituindo amadurece lenta e silenciosamente rumo a uma nova configuração; ligado ao mundo anterior, o espírito vai-se soltando dele partícula a partícula, sendo os estremecimentos desse mundo novo apenas anunciado por meio de sintomas isolados» até que surge «a aurora que, subitamente como um raio ilumina totalmente a imagem do mundo novo» (FE, p. 12).

A vitalidade do movimento exige que a instituição ou as instituições não o fagocitem. A instituição ou as instituições são instrumentos do movimento ou da vida. Existirá sempre o perigo que o instrumento – a instituição – suplante o movimento. Este, na medida em que mantenha a sua vitalidade, ultrapassará o instrumento por todos os lados.

Neste sentido, as assembleias que surgiram a partir da aurora que iluminou o rosto nas jornadas de 19-20 de Dezembro de 2001 constituíram um movimento formado por uma multidão de movimentos. Todos aqueles que não sejam capazes de formar uma organização no sentido amplo diluem-se. Se se mantiverem apenas como rizomas, desaparecerão.


1.1.     O movimento de Jesus é um movimento popular profético

Na verdade, todo movimento profético é popular. Nunca é demais dizê-lo por causa das interpretações «religiosas» daquilo que é profético, as quais costumam desligá-lo do seu profundo enraizamento popular. Para além disso, a partir de tudo aquilo que estamos a analisar neste trabalho, referirmo-nos à prática e ao projecto de Jesus e prescindir do povo – o óklos – é impossível.

Trata-se de um movimento profético no sentido dos movimentos proféticos aos quais pertenceram os grandes e radicais profetas de Israel. Com efeito, e tal como já vimos, o povo reconhece-o como tal (Mc 8, 27-29). Os sectores populares, ao falar de Jesus, referiam-se aos grandes profetas da sua história. Para eles era evidente que Jesus era um representante dessa estirpe de profetas populares que marcaram a sua história.

Jesus fora discípulo de João Baptista, fez parte do seu movimento, do qual se afasta por achar que o movimento deve ter características diferentes daquelas que o Baptista havia traçado. Mas é por de mais evidente que, apesar das contradições entre os dois movimentos, eles têm uma característica comum: o serem proféticos. A prova de que é assim é que parte do movimento do Baptista passa-se para o grupo dos primeiros cristãos pós-pascais.[4]

Quando Jesus vai à sua aldeia – Nazaré – para aí anunciar também a sua mensagem do Reino, os seus camponeses, que o conheciam como um deles, com a mesma formação deles, não podiam aceitar que ele agora pretendesse anunciar-lhes a salvação. E rechaçaram-no. Então, Jesus exclama: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» (Mc 6, 4) Ou seja, Jesus reconhece-se como um profeta.

No período intermédio entre a formação do movimento na Galileia e o enfrentamento dos poderes estabelecidos, Marcos intercala o texto teológico apocalíptico conhecido como «Transfiguração». Nesse texto apresenta-se Jesus dialogando com Moisés e Elias. Estes dois, segundo a opinião popular, são as figuras máximas do profetismo. Moisés[5] é o profeta que guiou o povo[6] aquando do seu Êxodo do Egipto e Elias é o profeta que enfrenta, sem concessões, o casal real Acab e Jezabel (1Rs 18, 13; ler todos os 3 capítulos deste livro: cap. 17, cap. 18 e cap. 19).

A atitude de Jesus diante dos sacerdotes e do Templo – o símbolo máximo do poder sacerdotal – é a mesma atitude dos profetas. De facto, o conflito entre o sacerdócio e o profetismo popular atravessa todos os séculos da monarquia hebraica, sobretudo desde o século VIII ao século IV, altura em que começa a sobressair a literatura apocalíptica.

Amós, o grande profeta das denúncias sociais mais radicais, enfrenta o sacerdote de Bethel, Amacias, funcionário da realeza do Reino do Norte. Amós é convidado pelo sacerdote a abandonar aquele território: «Sai daqui, vidente, foge para a terra de Judá e come lá o teu pão, profetizando. Mas não continues a profetizar em Betel, porque aqui é o santuário do rei e o templo do reino.» (Am 7, 12-13) O profeta indigna-se e formula ameaças terríveis contra o sacerdote (Am 7, 17).

O sacerdote e o poder, o sacerdote e o rei constituíam dois polos contraditórios do poder, contudo, sempre negociando entre si, sempre estabelecendo pactos. Eram uma associação de interesses mútuos, facto que se repetia em todas as monarquias e impérios: no acádico, no babilónio, no assírio, no egípcio. Desde que se operou a unificação do poder régio-sacerdotal numa única pessoa, a anterior e clássica negociação entre rei e sacerdote passa a ser substituída pela maneira como se combina o poder real com o poder sacerdotal.

O conflito entre Amós e Amacias repete-se com Jeremias, um século mais tarde, no Reino do Sul, em Judá. Diante dos poderes político e religioso, que haviam convencido o povo a depositar uma confiança cega no Templo pois aí estava Deus para o defender de todos os inimigos, o profeta Jeremias tenta convencer o povo a não confiar no Templo enquanto aí se cometerem crimes (o Templo havia-se convertido num covil de ladrões: v. 11; Jer 7, 4-15; Marcos 11, 17 par.). Ressoa, então, a recriminação que Marcos coloca na boca de Jesus, quando este enfrenta o Templo de Jerusalém: "Vocês pensam que a minha casa é um refúgio de assassinos?" (Jer 7, 11) A Bíblia de Jerusalém em vez de «assassinos» traduz por «ladrões», «bandoleiros», para ficar mais perto da expressão de Jesus, o qual diz "covil de ladrões" (spélaion lestón) (Mc 11, 17).

Desta maneira, Jeremias enfrenta os poderes real e sacerdotal. Tal como aconteceu a Amós, é precisamente o sacerdote quem enfrenta Jeremias: «O sacerdote Pachiur, filho de Émer, superintendente do templo do Senhor, ouviu o profeta Jeremias pronunciar este oráculo. Pachiur mandou espancar o profeta e pô-lo no cepo da prisão, que estava na porta superior de Benjamim, junto do templo do Yahvé.» (Jer 20, 1-2)

Contudo, o profeta Miqueias é quem será o mais radical de todos os profetas, em matéria de enfrentamento do poder real e sacerdotal: «Por isso, por vossa causa, Sião será lavrada como um campo, Jerusalém será reduzida a um monte de pedras, e o monte do templo será um outeiro na floresta.» (Mq 3, 12)

É a esta corrente profética – que enfrenta os poderes real e sacerdotal – que Jesus pertence, cujo acto supremo, nesta luta contra estes poderes, será a irrupção no Templo de Jerusalém, o qual, nas palavras de Jesus, é como uma figueira que não dá figos e, por isso, deve ser cortada e lançada à fogueira. (…)

Rubén Dri
Professor e Investigador de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.


[pp. 56]






[1] Obviamente que existem excepções, e muitas delas notáveis, tais como John Dominic Crossan, Gerd Theissen, Rafael Aguirre, Florencio Mezzacasa e Ched Myers Binding the Strong Man: A Political Reading of Mark's Story of Jesus» – Deluxe Edition), para falar apenas de alguns trabalhos que me guiaram inúmeras vezes e cujas posições às vezes ponho em causa.

[2] Não concordo em nada com Puente Ojea que defende que «o Evangelho marquiano já é um evangelho eclesiástico, que apenas precisaria de uns quantos complementos por parte de Mateus e de Lucas. É um relato dogmático que, ainda que transido de grande emoção escatológica, tem os olhos postos no passado» (EM, p. 13). Ainda que nas Cartas Pastorais, dos finais do século I ou princípios do século II, já exista nelas uma certa inclinação para a ortodoxia, os dogmas são inaugurados no Concílio de Niceia no ano 325. Falar de dogmas ante-parto é um anacronismo: é o mesmo que pressupor a existência de uma Igreja, no sentido institucional, na comunidade de Marcos.
[3] Heráclito [500 aC] de Éfeso, o pai da dialéctica. [NdE]
[4] Acerca do tema da incorporação de membros do movimento Baptista na "comunidade do discípulo amado", cfr. Raymond Brown, «La comunidad del discípulo amado».
[5] A figura de Moisés é central na história do povo hebreu. Para a história yahvista, ele é um monarca. Para a história sacerdotal ele é apresentado subordinado ao sacerdote Aarão. E para a história elohista, tal como para a deuteronomista, é o maior dos profetas. Esta última é a concepção popular da figura de Moisés.
[6] Do Egipto não saiu nenhum "povo", apenas um grupo heterogéneo, um movimento. Na imaginação popular calou fundo, quanto à origem do povo, a gesta de libertação protagonizada por este grupo, que foi interpretado como o povo das Doze tribos. De facto, são os relatos yahvista e sacerdotal os que fazem esta interpretação, ao passo que a narrativa elohista mantém-se mais próxima dos aspectos históricos, na medida em que fala apenas de um grupo heterogéneo.