teologia para leigos

1 de setembro de 2020

EUTANÁSIA 10


  

MORRER DE FOME E DE SEDE?

Alimentação e hidratação no fim da vida

 

 

A questão da alimentação e da hidratação durante a última fase da vida constitui um tema carregado de conteúdo emocional. A razão para tal tem a ver com o facto de uma das primeiras necessidades da pessoa se centrar na satisfação da fome e da sede, e, por isso, a alimentação ser o arquétipo central da existência humana.

Os conceitos «passar fome» e «passar sede» surgem como fantasmas constantes que assustam e com frequência impedem uma discussão séria acerca da alimentação e da hidratação durante a fase terminal. Por isso, a Bundesärztekammer (equivalente, na Alemanha, à Ordem dos Médicos) estabeleceu uma norma (em 2004 e ratificada em 2011) para o acompanhamento médico na hora da morte:

«a ajuda consiste em cuidados de medicina paliativa e, portanto, em assistência e preocupação pela atenção básica. Neste âmbito não está incluído o fornecimento de alimentos e líquidos, os quais poderão constituir uma carga muito pesada para um moribundo. Ainda assim, a fome e a sede devem ser saciadas no que diz respeito à sua experiência subjectiva».

 

Falta de alimentação e de líquidos em pessoas sadias e moribundas

A ideia que fazemos da morte por falta de alimentos e bebidas está, frequentemente, marcada pelas fotografias de desnutrição e por informações sanitárias repulsivas que recebemos das regiões mais subdesenvolvidas do mundo. As consequências da falta de alimentação e hidratação em pessoas sãs estão resumidas na Tabela 1.

Este resumo angustiante não tem importância alguma aquando do final da vida. Nesta fase terminal da vida, coloca-se mais uma outra questão, que é a seguinte: será verdade que os moribundos passam pela sensação dolorosa da fome e da sede, sempre que não se lhes dá alimentos nem líquidos? E para evitar que tal sofrimento ocorra, devemos administrar-lhes, artificialmente, alimentos e líquidos, durante a fase terminal?

(…)

 

TEXTO INTEGRAL AQUI