MORRER DE FOME E DE
SEDE?
Alimentação e hidratação no fim
da vida
A questão da alimentação
e da hidratação durante a última
fase da vida constitui um tema carregado de conteúdo emocional. A razão para
tal tem a ver com o facto de uma das primeiras necessidades da pessoa se
centrar na satisfação da fome e da sede, e, por isso, a alimentação ser o
arquétipo central da existência humana.
Os conceitos «passar fome» e «passar sede»
surgem como fantasmas constantes que assustam e com frequência impedem uma
discussão séria acerca da alimentação e da hidratação durante a fase terminal.
Por isso, a Bundesärztekammer (equivalente, na Alemanha, à Ordem dos
Médicos) estabeleceu uma norma (em 2004 e ratificada em 2011) para o
acompanhamento médico na hora da morte:
«a ajuda consiste em cuidados de medicina
paliativa e, portanto, em assistência e preocupação pela atenção básica. Neste
âmbito não está incluído o fornecimento de
alimentos e líquidos, os quais poderão constituir uma carga muito pesada
para um moribundo. Ainda assim, a fome e a sede devem ser saciadas no que diz
respeito à sua experiência subjectiva».
Falta de alimentação e de líquidos em pessoas
sadias e moribundas
A ideia que fazemos da morte por falta de
alimentos e bebidas está, frequentemente, marcada pelas fotografias de
desnutrição e por informações sanitárias repulsivas que recebemos das regiões
mais subdesenvolvidas do mundo. As consequências da falta de alimentação e
hidratação em pessoas sãs estão resumidas na Tabela 1.
Este resumo angustiante não tem importância
alguma aquando do final da vida. Nesta fase terminal da vida, coloca-se mais uma
outra questão, que é a seguinte: será verdade que os moribundos
passam pela sensação dolorosa da fome e da sede,
sempre que não se lhes dá alimentos nem líquidos? E para evitar que tal
sofrimento ocorra, devemos administrar-lhes,
artificialmente, alimentos e líquidos, durante a fase terminal?
(…)
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