teologia para leigos

28 de janeiro de 2016

JESUS, O ESTALEIRO DO REINO [pb]

As Bem-aventuranças - a Magna Carta da Igreja


Solidariedade à maneira de Jesus


[…]

3º Pressuposto

1.   Jesus tinha um PROGRAMA MOBILIZADOR, forjou um PARADIGMA NOVO: é possível um mundo outro, diferente deste, virado do avesso, um mundo cheio do Espírito Santo, do Espírito de Deus – esse paradigma chamava-se «REINO DE DEUS». (cf. Mt 4:17; Mc 1:15). Esse programa – Reino de Deus – era o oposto do Reino da Morte; era um Reino de Vida (Mt 14:34-35; e todo o capítulo 15), e VIDA EM ABUNDÂNCIA (Jo 10:10). Era o contrário do reino da «morte, do luto e da fome» do Império romano – hoje diríamos, o contrário do Império Único do Neo-Liberalismo! (v.8, Apocalipse 18). Era um Reino Includente de Todos, independentemente de ter ou não ter religião, independente do género (gender) masculino ou feminino, independente da condição cultural, social ou económica.
2.   Jesus apenas SEGUIA a VONTADE DE DEUS (Ex 3:7-10; Neemias 9:9ss: Deus decide colocar-se APENAS do lado do povo escravizado CONTRA o opressor, o Faraó do Egipto; Deus decide-se a ser o Protector do seu Povo). Deus não é neutro, indiferente e, portanto, Jesus optou por um MODELO ESPIRITUAL NÃO NEUTRAL (Jesus, muito cedo, apercebeu-se que estava a arranjar problemas com este Modelo Espiritual não neutral: Lc 4:16-29; v. 28: «Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de ódio» contra Jesus; cf. Mt 10:16-23 - «Tende cuidado…»). Jesus vinha para DAR (a sua vida) / SERVINDO (Jo 13:4-6) e não para ROUBAR A VIDA (como fazem os “ladrões”; cf. Jo 10:1-6) OPRIMINDO / ROUBANDO / MANDANDO (Mt 20:20-28; Mc 10:42-45; Lc 22:24). Para um cristão, seguir a “Vontade de Deus” é OPTAR, não é ser indiferente, não é ser neutro − é o contrário do “qualquer coisa serve…”. Seguir Jesus é ser ‘parcial’ (Jon Sobrino), porque a Realidade nos obriga a fazer escolhas.


Em resumo:

1.   Jesus não é um monge,
2.   Jesus não é um sacerdote,
3.   Jesus é um leigo, que quis viver no meio do povo pobre,
4.   Jesus é sábio, mas não é um intelectual, é de classe pobre, um operário,
5.   Jesus faz escolhas, é «parcial», não é neutral, toma partido pelo seu Povo,
6.   Jesus segue os critérios de Deus Salvador (cf. «Bem-aventuranças»): assim, Jesus fortalece a dignidade do seu povo (dignidade de Filhos de Deus),
7.   Jesus não prega um Reino para depois da morte: começa já, AQUI E AGORA, a Salvar (curas, milagres,…). […]



[pp. 15]