teologia para leigos

1 de julho de 2012

GOVERNAR DE COSTAS PARA A REALIDADE

99,9% das empresas portuguesas
têm menos de seis trabalhadores

Ministro das Finanças, Vítor Gaspar


O tecido empresarial português é muito frágil. Das 366 mil sociedades registadas em 2010, pouco mais de mil estavam classificadas como grandes, revelam os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Excluindo os empresários em nome individual, as 365 mil pequenas e médias empresas (PME) empregam 2,15 milhões de pessoas.

Ou seja, a esmagadora maioria das empresas portuguesas – 99,9% − tem, em média, 5,9 trabalhadores. (…)

A forte onda de austeridade está a colocar em risco a capacidade das empresas de manterem as portas abertas. Não é por acaso que o número de falências está a crescer 70% desde o início do ano e o crédito malparado das empresas junto da banca está a aumentar (um quarto das PME tem dívidas em atraso).

Fragilidade das empresas e dificuldade em lidar com a violência do programa de ajustamento são das principais razões para a explosão do desemprego. (…)

Cotando já com todas as empresas – grandes e a título individual – em 2010 existiam 1169 mil empresas, 4,5% menos do que em 2009. A região do país com mais empresas era o Norte, com 374 mil,[1] seguida de Lisboa, com 348 mil.

No que diz respeito ao número de trabalhadores ao serviço, os lugares inverteram-se e passa a ser Lisboa a liderar com 1436 mil. Um cenário que se repete no volume de negócios, onde as empresas lisboetas registam quase o dobro das vendas do que o sector empresarial do Norte, com 204 mil milhões de euros.

O INE refere ainda uma diferença significativa nos salários dos trabalhadores de Lisboa e do Norte. “A remuneração média apresentava valores significativamente distintos: 11,81 mil euros/ano era quanto recebia, em média, um trabalhador remunerado de uma empresa do Norte, enquanto os trabalhadores de Lisboa eram remunerados, em média, com cerca de 15,81 mil euros.

Nuno Aguiar, jornalista
Diário de Notícias – ‘Dinheiro Vivo’, 30 de Junho 2012, p. 16